A Folha hoje abre com editorial apontando o amadurecimento e a possibilidade de diálogos entre o Fórum Social Mundial e o Fórum Econômico Mundial de Davos, 10 anos depois da criação do primeiro. Ao lado, Clóvis Rossi observa o fato e o talento de Lula em lograr ser aclamado nos dois foros. E em paralelo, Nelson de Sá destacava ontem em sua coluna "Toda Mídia", citando o New York Times, a expansão de menções ao surgimento de um "Consenso de Pequim", que seria caracterizado por maior envolvimento estatal na economia (e possivelmente menos fé na efetividade da democracia para promover mudanças).
Tudo somado, diz muito do espírito do tempo: tempo de sínteses e de pontuação clara da conclusão da década que termina e do horizonte para a que começa. Conta muito do imenso espaço simbólico (global) ocupado por Lula nesse contexto. E das razões para Serra e Dilma dominarem o centro do tabuleiro do pós-Lula, barrando a passagem geracional representada por Aécio, Ciro e Marina. Todos, de formas distintas, encarnando mais juventude, abertura e modernidade do que o futuro próximo parece pedir. Mas apesar de cultivar um gosto pessoal por passos adiante (e por isso não abrir mão do papel de "mantenedora de utopias" autoinvocado por Marina), sínteses, além de parte do percurso, costumam ser positivas também. Vamos a isso portanto, se for isso mesmo.
Falando em símbolos sugestivos, é curiosa também a coincidência do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, acontecer na mesma semana da Campus Party, em São Paulo. E curioso observar as repercussões dos dois eventos. Mas essa já é outra dimensão da conversa sobre modernidade, abertura e juventude. Ou talvez não...

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